A nova família

"Administrar a convivência com a família do marido é um dos desafios que o casamento traz"

Um dos nossos sonhos é o que todas as novas pessoas (sogros, cunhados, primos, sobrinhos, etc), agora parte integrante da família, representem uma fonte permanente de apoio, carinho e amizade.

Mas, como em todas as outras relações humanas, isto só é possível através de uma conduta adequada e de muita dedicação. De ambas as partes, é claro. É a velha história do adubo, que garante o crescimento da planta e o aparecimento de frutos saudáveis, lembra?

Delicadeza, nesses casos, é a atitude-chave e um dos componentes básicos do adubo do qual falamos há pouco. Um bom começo é convidar os sogros para jantar em sua casa, logo que vocês voltarem da lua-de-mel. A refeição caprichada é uma maneira de demonstrar que você quer acolhê-los com afeto, mas o seu sorriso sincero, ao abrir a porta, é tão ou mais importante do que qualquer coisa.Agora, responda depressa: qual o maior desejo dos seus sogros? Verem o filho deles feliz, certo? E a união entre todos vocês é ingrediente básico para essa felicidade, acredite. Então, mão à obra. Reserve um caderno para anotar as datas de aniversário da família, ou registrá-las no computador ou celular. Dependendo do grau de intimidade, um telefonema ou um ramo de flores será o sinal de carinho mais indicado. É evidente que existem muitas outras formas de revelar seu afeto.Ouça seu coração, libere sua sensibilidade e, aposto, você vai saber agir.

FORMALIDADE X SINCERIDADE

Ser eticamente correto é importante, mas não é tudo. Sempre que você puder, procure se colocar no lugar do outro. É difícil, mas basta treinar um pouco para perceber que, assim, você saberá como agir de forma adequada.

Quer um exemplo?

Sua cunhada vai ter um bebê e você não sabe muito bem o que fazer para se mostrar solidária. Então, tente se colocar no dela. Vamos admitir que ela já tenha outro filho, mais velho. Você não gostaria se estivesse vivendo essa situação, de que alguém se oferecesse para cuidar dele enquanto você estivesse na maternidade?

Pois então faça isso, se você realmente puder e tiver vontade.

Caso contrário, procure demonstrar que você é mesmo "da família" sugerindo outro tipo de ajuda. Atitudes solidárias e sinceras, que demonstram o desejo de participar e de colaborar para o bem estar são básicas para bons relacionamentos. Na alegria e na tristeza, você aceitou o desafio. Tem muita gente (certamente você também deve conhecer alguém assim) que só aparece nos momentos tristes. São aqueles que não perdem missas de sétimo dia ou enterros, fazem visita de pêsames, não deixam de ir ao hospital visitar amigos doentes, mas nunca aparecem nas festas de aniversário ou em outras comemorações alegres.

Participar dos momentos de felicidade, vibrar com vitórias e conquistas de quem está próximo, gera vínculos poderosos. É sempre bom lembrar-se disso.

PRESERVANDO SEU ESPAÇO

Vida nova, casa nova. E um certo ciúme do seu "ninho", é claro. Como agir, então, diante do sobrinho pequeno que chega tomando sorvete de chocolate, tênis sujo de barro, e pedindo para você ligar a televisão? Há sempre um jeito de lidar com esse tipo de situação. A sinceridade é, ainda, o melhor caminho.

Que tal dizer a ele que é melhor acabar o sorvete na cozinha e, depois que ele tirar o tênis, você vai ligar a TV? Se ele tiver idade para compreender, peça que ele tente se colocar no seu lugar, imaginando como seria desagradável ter o sofá e o carpete manchados por falta de cuidado. É quase certo que ele irá concordar com você.

Mesmo que este exemplo tenha sido exagerado, há situações em que é preciso dizer "não" para o bem do relacionamento. Há sempre uma forma educada de impor os limites necessários, sem ofender ou hostilizar outras pessoas, lembrando sempre que as diferenças existem, mas não precisam gerar antagonismos.

É apenas uma questão de respeito, que pode ser traduzido em atitudes do tipo não telefonar, às 11 da noite, para bater um papinho com aquela tia que gosta de dormir cedo... E isso vale tanto para a tia dele quanto para a sua.

ARMADILHAS PERIGOSAS

Bom senso é fundamental para evitar situações desagradáveis. Especialmente agora, quando o casal está vivendo junto no mesmo espaço. É como se vocês estivessem ensaiando os passos de uma nova dança, acertando os ponteiros, descobrindo novas possibilidades e, sobretudo, curtindo essa experiência.

É hora de concentração, de saudável egoísmo, de uma entrega mútua e prazerosa. É assim que se solidifica o par, é assim que cada um de vocês vai exercitar o próprio papel na nova dupla que aceitou formar. Mas aí, aparece aquele convite para o fim de semana prolongado na casa do primo, "toda a família vai, vocês não podem faltar".

Ou o telefonema de algum familiar que mora longe e pergunta se poderá ficar com vocês por alguns dias, ou qualquer outra situação que certamente irá desviá-los da concentração amorosa, num estágio fundamental na construção da base do casamento. É a luz amarela que se acende exigindo atenção e cuidado redobrado. Hora de conjugar, internamente, os verbos preservar, dialogar, adubar, abstrair, proteger e defender. No entanto, é preciso deixar claro que isso não significa uma sugestão de isolamento total. É apenas um toque de alerta para vocês resguardarem um tesouro precioso, pelo qual vocês lutaram tanto: o sonhado casamento que, agora, existe de verdade.

Ele merece todo o empenho para ser preservado!

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